As mídias sociais vêm ganhando espaço na sociedade contemporânea e desempenham um papel importante no comportamento das pessoas. Pode-se perceber que as relações presenciais foram transferidas, em grande escala, para o virtual, que passou a ter como uma das suas principais características reunir pessoas com interesses e ideologias semelhantes. O Instagram é um aplicativo que surgiu para o público para resgatar a nostalgia do instantâneo, onde o usuário divulga fotos através de seus celulares para registrar o ‘instante’, o momento vivido. O acesso aos perfis possibilita comentários, interatividade e repostagens.
No nicho “fitness”, observa-se um importante crescimento de pessoas que se tornaram verdadeiras “formadoras de opinião” no quesito vida saudável. A grande maioria dessas pessoas não são profissionais de saúde, mas se dedicam a compartilhar sua rotina alimentar, esportiva, preferências de marcas. E assim, divulgam também o conteúdo patrocinado, ou seja, são pagas por lojas e marcas para fazer propaganda de seus produtos ou serviços para um expressivo número de seguidores.
O que acontece é que essa a comunicação sempre padroniza o conceito de beleza, de saúde, de alimentação; causando ansiedade, tristeza e insatisfação em pessoas que se sentem deslocadas, ou seja, fora do ‘padrão’.
A imagem corporal é veiculada intensamente e algumas análises pautadas nesses veículos de mídia social, podem fornecer evidências acerca do alcance da ditadura da beleza e do corpo perfeito.
É quase impossível viver sem um celular com conexão à internet ou um computador em casa e, como consequência, observamos o comportamento de consumo de bens de necessidade e de desejo, sendo orientado pela enxurrada de conteúdo disponível online.
É evidente que o cuidado com o corpo não é exclusividade da sociedade contemporânea e que devemos ter uma especial atenção para uma boa saúde. No entanto, a dedicação a esse cuidado não deve ser feita de forma tão intensa e ditatorial como se tem apresentado nas últimas décadas. Devemos sempre respeitar os limites do nosso corpo e a nós a mesmos. Jamais busque viver o desejo dos outros sem antes consultar os seus valores pessoais, as suas crenças e o que é realmente importante para você.