Estresse: a doença do século
O estresse já é considerado a doença do século, sendo ele contínuo no nosso dia a dia pode vir a desencadear doenças metabólicas a longo prazo, dentre elas, a diabetes tipo II e a obesidade.
As pesquisas sobre o assunto se voltam para o estudo das relações entre: marcadores de inflamação, estresse e desenvolvimento da resistência à insulina. Além disto, os mesmos demonstraram que repetidos episódios de estresse agudo ou crônico devido à hipersecreção do cortisol poderiam induzir ao aparecimento de resistência insulínica, DMII e síndrome plurimetabólica (hiperlipidemia, doença aterosclerótica e hipertensão), através da contínua ativação da resposta inflamatória com elevação de citocinas, interleucina-6 e fator de necrose tumoral. Não somente o estresse leva a isso, mas também quando há sua associação a outros fatores como sedentarismo e hábitos alimentares inadequados.
Entenda como: O hipotálamo ativa a pituitária para a produção de hormônio adrenocorticotrófico (ACTH) que ativa a secreção de cortisol e aldosterona. Estes hormônios ativam o sistema renina-angiotensina, alteram a síntese proteica e aumentam o metabolismo através do aumento da glicemia com inibição da utilização periférica da glicose e estímulo da glicogenólise. Há também aumento da reabsorção óssea e redução da produção de anticorpos.
Estudos recentes também indicam que este estado favorece a sobrecarga do sistema cardiovascular com lesão endotelial, ativando uma resposta inflamatória aguda. O estresse também produz um perfil lipídico aterosclerótico, com oxidação dos lipídios que, caso se torne crônico gera um estado de hipercoagulabilidade, resultando em trombose arterial e doenças cardiovasculares.
Portanto, ter hábitos saudáveis pode minimizar esse ciclo vicioso do estresse, o alimento e o exercício físico são os melhores remédios. Alimentando-se de forma adequada com nutrientes e incluindo alguma atividade física haverá certamente redução não somente do estresse mas, também benefício ao organismo por completo.
Fonte: Rev. Bras. Clin. Med., 2009; 7:40-45 - Stress diabetes mellitus type II association